Os biocombustíveis, que ganham cada vez mais espaço em nosso portfólio, assumem posição estratégica no mercado em razão da lógica de baixo carbono e necessidade global de limitar o aumento da temperatura média global a 1,5° Celsius acima dos níveis pré-industriais, conforme preconiza, por exemplo, o Acordo de Paris, que passou a substituir o Protocolo de Kioto em 2020. As Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês) pelo Brasil incluem, entre outras medidas, a elevação de 18% da participação de bioenergia sustentável na matriz energética do País até 2030. Para contribuir com o alcance dessa meta, o Governo Federal instituiu há três anos a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), cuja vigência iniciou em dezembro de 2019. O principal instrumento do dispositivo é o estabelecimento de metas anuais de descarbonização para o setor brasileiro de distribuição de combustíveis, desdobradas em metas específicas para cada distribuidora com base em sua atuação no ano anterior. As metas são cumpridas por meio da compra dos CBios, créditos gerados pelos produtores de biocombustíveis de acordo com a intensidade de carbono de seus processos produtivos.

Aumenta, portanto, a relevância de quantificar e gerenciar nossas emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE), práticas que empreendemos desde o início das nossas atividades com base nas diretrizes do The Greenhouse Gas Protocol e de sua versão nacional, o Programa Brasileiro GHG Protocol. A maior parte dos dados é coletada automaticamente, de modo a evitar o manuseio de informações e mitigar erros de cálculo. Os resultados são submetidos à auditoria independente, o que resulta em um relatório analítico sobre cada uma de nossas fontes emissoras. Com isso, conseguimos mapear onde estão nossos maiores e menores impactos e avaliar a aplicação de mais ou menos energia para impulsionar nossa transição para uma economia de baixo carbono. |GRI 102-12|

EMISSÕES DE GEE POR ESCOPO (EM TCO2EQ) – Brasil |GRI 305-1, 305-2, 305-3|

EMISSÕES DE GEE POR ESCOPO (EM TCO2EQ) – Argentina* |GRI 305-1, 305-2, 305-3|

* Passamos a monitorar as emissões na Argentina a partir de 2020.

Mais informações sobre nossas emissões estão disponíveis aqui

Adicionalmente, respondemos aos questionários do Carbon Disclosure Project (CDP), iniciativa do setor financeiro que se tornou o principal banco de dados internacional com foco em temas como mudanças climáticas, água e florestas, que busca entender a evolução de empresas e cidades em relação a esses temas. Em 2020, alcançamos o nível “A-“, o que nos posiciona entre as empresas com as melhores práticas (Leadership). |GRI 102-12|

Também somos avaliados anualmente por meio da plataforma da EcoVadis, sistema internacional que considera critérios de gestão responsável de negócios. Detemos medalha Prata, o que nos posiciona entre as mais bem avaliadas na plataforma – 25% de um universo de 50 mil analisadas em cerca de 150 países. Especificamente em nosso setor, estamos entre os 23% das empresas com as mais altas pontuações |GRI 102-12|.

Além de inovarmos internamente na constante busca por efetividade e eficiência, estamos atentos às inovações dos setores em que atuamos. O Pulse, nosso hub de inovação aberta, é fundamental nesse trabalho. Atualmente, a estrutura colabora diretamente com o desenvolvimento de mais de 38 startups e mais de 70 projetos-pilotos já foram conduzidos em parceria com diversas áreas no nosso time.

Em agosto de 2020, foram abertas inscrições para o hackathon dedicado ao desenvolvimento de ferramentas complementares para o Shell Box. Assim, a maratona Out of the Box envolveu startups em três dias imersivos de evento 100% digital. Essa foi a primeira grande ação do Pulse fora do agronegócio. Entre os desafios propostos, destacaram-se: plataforma analítica para gestão de transações e operação de frotas; visão sistêmica da recolha de nota fiscal; identificação de veículos e controle de quilometragem; monitoramento do comportamento de consumo; e soluções para gamificação e recompensa.

As startups selecionadas receberam instruções detalhadas sobre o desafio e os meios utilizados para o desenvolvimento dos projetos em conjunto com as squads do Shell Box. Todas as soluções apresentadas foram avaliadas por uma banca que considerou critérios como usabilidade, inovação e desenvolvimento da tecnologia. Além de ganhar um ano de abastecimento com etanol nos postos Shell, a startup vencedora seguiu no desenvolvimento de projeto-piloto, mas não houve conversão para que se tornasse nossa fornecedora.

O Pulse também abriu edital de sustentabilidade para seleção de startups com soluções de impacto para os nossos compromissos ESG (ver aqui). Os desafios propostos buscam soluções nos pilares: mudanças climáticas e transição energética, gestão hídrica, uso da terra, cana-de-açúcar sustentável, direitos humanos, e ética e compliance socioambiental. Com o edital, buscamos fortalecer parcerias que nos auxiliem a consolidar nosso impacto positivo, cumprindo, de forma inovadora e mais ágil, os compromissos recém-assumidos e contando com uma rede colaborativa de boas práticas.

As propostas tiveram como objetivo a geração de produtos, softwares, processos ou serviços inovadores de base tecnológica para a realidade dos nossos diferentes negócios. A iniciativa contou com a parceria da Endeavor, SP Ventures, Thought for Food e Associação Brasileira de Startups (Abstartups).

Após o período de inscrições, a equipe do Pulse realizou entrevistas e convocação das startups selecionadas. As soluções foram avaliadas em Pitch Day que incluiu uma equipe técnica e executivos do nosso time. As propostas aprovadas seguiram para a fase de ideação e desenvolvimento de projeto-piloto. Caso a entrega da solução atenda às expectativas do desafio proposto e tenha resultados positivos em campo, há possibilidade de que a startup seja contratada como fornecedora de longo prazo, com condições diferenciadas e mentorias coletivas de parceiros do Pulse.

O objetivo é ampliar exemplos como o da ARPAC, startup especializada em serviços agrícolas, que já firmou contrato com o nosso time. A inovação proposta consiste na utilização de drones na pulverização de herbicidas capazes de combater plantas daninhas em canaviais, de forma estritamente localizada.

Após a realização de testes para validação da tecnologia, constatou-se que sua utilização resultou em economia operacional de 47% e de insumo de 82%. A inovação contribui para a redução de defensivos usados e, consequentemente, menor impacto ambiental via aplicação de insumos de forma mais eficaz e precisa. O projeto tende a crescer, mesmo com variação já identificada nos resultados – a previsão, com a utilização em área maior, é de economia operacional em torno de 30% e de insumos por volta de 60%. Nossa expectativa é replicar a solução não apenas em áreas comerciais próprias, mas em propriedades de fornecedores de cana.

Além dos drones de pulverização, a ARPAC também está desenvolvendo um piloto de maturador em cana. Com o uso de novas ferramentas e equipamentos, apostamos na aplicação de insumos ainda mais assertiva, movimento que contribui diretamente com o aperfeiçoamento da gestão de custos e da produção.

Outro destaque de 2020/2021 foi a consolidação da parceria com a Agricef, nossa fornecedora de plantadoras com precisão absoluta, tecnologia já muito comum nas culturas de grãos, mas ainda pouco difundida no setor sucroenergético. Somos, portanto, pioneiros na implementação de equipamento que utiliza as falhas identificadas principalmente pelas imagens captadas por Veículos Aéreos não Tripulados (VANTs) e realiza o plantio nas áreas identificadas de forma mais assertiva, utilizando a quantidade exata de mudas para corrigir a falha detectada.

É no âmbito desse ecossistema que o Pulse está cada vez mais consolidado como elo entre nossos negócios e as startups, validando projetos em linha com nossos objetivos estratégicos.

Na Argentina, de maneira similar, trabalhamos em parceria com a Endeavor no âmbito do Impulso Raízen, programa de inovação aberta voltado a startups e empreendedores nas áreas de logística, relacionamento com o cliente e energia. Em 2020, as selecionadas no primeiro edital do programa seguiram conosco no processo de elaboração. Estamos verificando a viabilidade de cada ideia para posterior contratação.

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