Tecnologia

O que é agtech? Conheça as startups que levam tecnologia ao agronegócio

Símbolo da transformação digital no campo, as agtechs representam um futuro de inovação para o agronegócio. Conheça o funcionamento dessas startups e qual é seu potencial no Brasil e no mundo

Por: Time #RaizenTech Data: 19/08/2022 Tempo de leitura: 10 Minutos

A presença da tecnologia no campo se tornou essencial.

Se antes a inovação estava presente em grandes máquinas e ferramentas, hoje já é possível monitorar uma empresa do setor pelo celular.

Isso se tornou possível graças aos avanços tecnológicos, aos investimentos na área e aos produtos e serviços desenvolvidos pelas agtechs.

Mais do que startups, essas empresas estão revolucionando o agronegócio, do nível de produção ao controle de qualidade. Ficou curioso sobre esse mercado? Continue lendo.


O que são agtechs?

Também chamadas de agrotechs ou startups do agronegócio, as agtechs são startups especializadas em buscar soluções inovadoras para esse setor.

São as agtechs que apresentam novas soluções de softwares de gestão e monitoramento, aplicabilidade de ferramentas de automação, inteligência artificial (IA) e big data. Consequentemente, essas empresas estão diretamente conectadas a maiores níveis de competitividade e qualidade da produção e a previsões mais eficientes das safras.


Qual é a importância das agtechs?

Sem dúvida, as agtechs cumprem um papel fundamental na transformação tecnológica do campo. O conhecimento dessas empresas torna possível desde analisar a qualidade de sementes em muito menos tempo, até colocar toda a operação logística em um modelo de e-commerce.

Graças aos softwares e aplicativos, administrar o campo com a agilidade e a precisão do toque na tela tornou-se realidade. Atualmente, drones, sensores de temperatura e clima, robôs e análises biotecnológicas estão cada vez mais acessíveis e conectados à rotina do agronegócio.

Com essas ferramentas, o produtor rural tem mais facilidade para encontrar fontes de desperdício, erros na cadeia produtiva e agir antes dos prejuízos de uma seca, por exemplo. As agtechs também trabalham por soluções sustentáveis, já que, com toda essa digitalização, é possível produzir mais sem aumentar a área e com menos impacto ambiental.


Qual é o potencial das agtechs no Brasil?

Devido às proporções do agronegócio brasileiro, há muito espaço e possibilidades para o trabalho das agtechs. Por ser uma tendência global, esse tipo de negócio tem conquistado os fundos de investimento e a credibilidade do mercado.

O ritmo de crescimento e aceitação ainda não é o mesmo, se comparado aos países em que essa inovação chegou antes. Mesmo assim, o Brasil tem se destacado no setor, mostrando seu potencial inventivo e se adequando a essa transformação.

O interior paulista, por exemplo, tem conquistado excelentes resultados em pesquisas agrárias, graças à união de forças de parcerias públicas e privadas. De acordo com o Censo AgTech Startups Brasil, levantamento feito pela AgTech Garage junto à ESALQ-USP, 46% das agtechs brasileiras estão no estado de São Paulo.

Se hoje temos um ecossistema consistente para o desenvolvimento de agtechs, com os investimentos adequados, podemos nos tornar referência em inovação nessa área.


Vantagens e desvantagens da inovação comda agtechs

As agtechs, representam uma revolução na forma como a tecnologia está transformando o setor agrícola. Essa fusão está trazendo mudanças significativas para a agricultura moderna, otimizando processos e impulsionando a eficiência. Mas e quando falamos de vantagens e desvantagens?

Podemos identificar uma série de vantagens, incluindo o a possibilidade do aumento da produtividade agrícola. Elas ajudam os agricultores a otimizarem suas operações, adotando práticas mais eficientes e implementando tecnologias inovadoras.

Além disso, as agtechs promovem o uso mais eficiente de recursos preciosos, como água, fertilizantes e outros insumos, reduzindo o desperdício e impactando positivamente o meio ambiente.

Sustentabilidade é outro aspecto importante da inovação agtech. Com a adoção de práticas mais sustentáveis, os agricultores podem reduzir sua pegada de carbono e minimizar o impacto ambiental de suas atividades. 

Outro importante ponto é a qualidade dos produtos agrícolas que está sendo e ao controle de qualidade, o que beneficia tanto os agricultores quanto os consumidores.

A tomada de decisão baseada em dados também é uma grande vantagem do uso de tecnologia. Graças à coleta e análise de dados em tempo real, os agricultores podem tomar decisões mais assertivas sobre o cultivo, a irrigação, o manejo de pragas e muito mais.

Entretanto, a inovação não está isenta de desafios. Os custos iniciais de aquisição e implementação da tecnologia podem ser altos a depender do nicho. Além disso, a adaptação à tecnologia pode ser um desafio para aqueles com pouca experiência nessa área.

Além disso, a digitalização e a automação, embora tragam eficiência, aumentam a demanda por mão de obra especializada no setor agrícola, o que é um desafio em muitos setores.

Atualmente, cerca de 50% da cana-de-açúcar que moemos na Raízen vem de fornecedores de cana. Com o Programa Jornada Cultivar, lançado em 2013, oferecemos suporte aos fornecedores, facilitar o acesso a iniciativas de apoio à gestão, soluções financeiras e otimização de recursos, além de estimular a eficiência e a produtividade de forma que todos cresçam em conjunto.



Quais são as áreas de atuação das agtechs?

Para além do monitoramento de plantações, soluções sustentáveis e melhora na qualidade das safras, as agtechs atuam em outros pontos da linha de produção.

Com processos totalmente digitais, automatizados e inovadores, já é possível administrar um negócio rural da plantação ao transporte, assim como a logística e as finanças.

Alguns exemplos de atuação são:

  • Biotecnologia – análise genética para criação de melhores sementes, desenvolvimento de biofertilizantes e controle e manejo de pragas;
  • Robotização – uso de máquinas que não precisam ser operadas por pessoas;
  • Programação – criação de softwares de monitoramento e análise de dados;
  • Vendas online – produtores rurais podem fazer transações via marketplace;
  • Segurança – rastreabilidade via satélite e transações financeiras via aplicativos


Qual é a relação entre o Pulse Hub e as agtechs?

O Pulse, hub de inovação da Raízen, é cada vez mais reconhecido por conectar startups de diversos segmentos aos desafios e oportunidades da Raízen. O agronegócio, por exemplo, é um dos setores que se destaca nesse contexto. 

Com mais de 1.200 startups em sua base, o Pulse é parceiro de grandes players e projetos de inovação, como o Agro IoT Lab, parceria entre Vivo, EsalqTec (incubadora da Esalq), Ericsson e a Raízen, que levou conectividade ao campo.

O Pulse conta com diversos cases de sucesso em soluções voltadas para o agronegócio, focadas em produção, qualidade e sustentabilidade. Conheça alguns dos cases das agtechs parceiras do hub:

  • ARPAC: por meio de pulverização e imageamento por drone, gera economia em insumos e em toda a operação agrícola.

  • Brain.ag: ao levantar dados públicos, monitora e identifica riscos financeiros e socioambientais de produtores agrícolas. Dessa forma, diminui em 95% o tempo de consulta a documentações.

  • Perfect Flight: com um software de controle e gestão aérea de aplicação de insumos, acompanha campos e lavouras agindo com viés sustentável e garantindo o controle de qualidade.

Para saber mais sobre o trabalho do Pulse, startups parceiras e como eles estão redefinindo o futuro do agronegócio com tecnologia, clique aqui.


Como investir em agtech?

Com o cenário das agtechs se mostrando cada vez mais promissor, os investimentos chegam de formas variadas. Por se tratarem de startups, essas empresas costumam realizar as conhecidas rodadas de investimentos em busca de sócios, apoiadores e investidores.

Gestoras de capital de risco também têm enxergado o potencial das agtechs. Notícias recentes mostram a criação de um fundo de R$ 300 milhões para investimento nesse tipo de negócio na América Latina. A responsável é a SP Ventures, fundo de investimento parceiro do Pulse, que pretende participar da inovação na produção de alimentos no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e México.

Outra forma de investir é de maneira colaborativa. Muitos negócios decolam com a união de quem entende de capital de risco com quem domina o campo e o agronegócio, somados, claro, aos investidores. Para as empresas que estão começando, contar com a compreensão de mercado de quem já tem credibilidade na área é fundamental para a sobrevivência do negócio. Conhecer as pessoas certas e compartilhar conhecimento pode ser o diferencial para o futuro das agtechs.


Conheça as principais tendências para o setor de agtech

O setor agtech, que combina agricultura e tecnologia, está em constante evolução e apresenta várias tendências importantes que estão moldando o futuro da agricultura. Aqui estão algumas das principais tendências que merecem destaque:

  • Agricultura de Precisão
    A agricultura de precisão não é um conceito novo, mas continua a ganhar destaque, permitindo que os agricultores coletem e analisem dados em tempo real para tomar decisões mais informadas. Isso inclui o uso de sensores, drones e sistemas de GPS para monitorar o crescimento das culturas, as condições do solo e a necessidade de irrigação e uso de fertilizantes.

  • Uso de Inteligência Artificial (IA)
    A IA desempenha um papel cada vez mais importante na análise de dados agrícolas. Algoritmos de aprendizado de máquina podem prever pragas, doenças e condições climáticas, ajudando os agricultores a otimizar seus métodos de cultivo.
  • Agricultura Vertical e Indoor
    O cultivo em ambientes fechados, como estufas e fazendas verticais, está ganhando popularidade devido ao seu uso eficiente de espaço, menor consumo de água e capacidade de produção durante todo o ano. A tecnologia LED de espectro total também está impulsionando o crescimento de plantas em ambientes internos.

  • Rastreabilidade e Blockchain
    A rastreabilidade de alimentos é uma preocupação crescente. A tecnologia blockchain é usada para rastrear a origem e o histórico de produtos agrícolas, garantindo a segurança e a qualidade dos alimentos. Com essa solução é possível armazenar, registrar, organizar e rastrear os processos, garantindo maior confiabilidade das informações fornecidas ao mercado consumidor sobre a origem das matérias-primas. Com a tecnologia, será possível disponibilizar todas as informações coletadas, desde a produção até a chegada ao consumidor final.

  • Agricultura Regenerativa
    O movimento em direção a práticas agrícolas mais sustentáveis está impulsionando a agricultura regenerativa. Isso envolve o cultivo de culturas e criação de gado de maneira que regenere o solo e promova ecossistemas saudáveis.

  • Robótica Agrícola
    Robôs e veículos autônomos estão sendo usados para tarefas como plantio, colheita e monitoramento de culturas. Essa automação aumenta a eficiência e reduz a dependência de mão de obra humana.

  • Biologia Sintética
    A biologia sintética está sendo aplicada para criar culturas resistentes a pragas e condições climáticas extremas. Isso pode aumentar a segurança alimentar e a resiliência das plantações.

  • Economia Compartilhada na Agricultura
    Plataformas de compartilhamento estão conectando agricultores, permitindo o compartilhamento de máquinas, terras e conhecimento. Isso reduz os custos e promove o uso eficiente de recursos.

    Essas tendências representam o futuro da agricultura impulsionada pela tecnologia. À medida que a demanda por alimentos continua a crescer e os desafios ambientais se intensificam, as agtechs irão desempenhar um papel fundamental na busca por soluções inovadoras e sustentáveis para o setor agrícola.



Agtech: panorama atual e cenários para o futuro

De acordo com a Apex Brasil, em 2019 o Brasil contava com 1.124 agtechs, passando a 1.574 em 2021, mesmo em cenário de pandemia. Na contramão das dificuldades econômicas enfrentadas pelos diversos setores, as agtechs chegaram a receber investimentos de cerca de US$ 70 milhões em 2020.

Isso mostra não somente o potencial de crescimento interno dessa modalidade de negócio, mas o interesse externo de investir nas startups do agronegócio brasileiras. Isso porque, no ramo da tecnologia, obstáculos iniciais comuns para outros tipos de empresa podem ser vencidos quando o objetivo comum é a inovação.

Uma empresa têxtil, por exemplo, pode ter resistência para entrar no mercado internacional porque pode não ser tão conhecida fora do Brasil. Mas, tratando-se da oferta de tecnologia e criação de soluções para o agronegócio, essas barreiras podem ser superadas com mais facilidade. Neste momento, empresas nacionais e internacionais seguem com focos similares: a busca por melhores práticas e alta produtividade.


Se interessou pelo assunto? Clique aqui e entenda o impacto das mudanças causadas pelo agronegócio digital.

Conheça a Raízen

Para garantir a energia que move o mundo, temos um ecossistema integrado e
único de atuação: desde a produção e venda de energia renovável e açúcar a partir
da cana-de-açúcar, levando também essa energia para diversos cantos no mundo.

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