A presença da tecnologia no campo se tornou essencial.
Se antes a inovação estava presente em grandes máquinas e ferramentas, hoje já é possível monitorar uma empresa do setor pelo celular.
Isso se tornou possível graças aos avanços tecnológicos, aos investimentos na área e aos produtos e serviços desenvolvidos pelas agtechs.
Mais do que startups, essas empresas estão revolucionando o agronegócio, do nível de produção ao controle de qualidade. Ficou curioso sobre esse mercado? Continue lendo.
O que são agtechs?
Também chamadas de agrotechs ou startups do agronegócio, as agtechs são startups especializadas em buscar soluções inovadoras para esse setor.
São as agtechs que apresentam novas soluções de softwares de gestão e monitoramento, aplicabilidade de ferramentas de automação, inteligência artificial (IA) e big data. Consequentemente, essas empresas estão diretamente conectadas a maiores níveis de competitividade e qualidade da produção e a previsões mais eficientes das safras.
Qual é a importância das agtechs?
Sem dúvida, as agtechs cumprem um papel fundamental na transformação tecnológica do campo. O conhecimento dessas empresas torna possível desde analisar a qualidade de sementes em muito menos tempo, até colocar toda a operação logística em um modelo de e-commerce.
Graças aos softwares e aplicativos, administrar o campo com a agilidade e a precisão do toque na tela tornou-se realidade. Atualmente, drones, sensores de temperatura e clima, robôs e análises biotecnológicas estão cada vez mais acessíveis e conectados à rotina do agronegócio.
Com essas ferramentas, o produtor rural tem mais facilidade para encontrar fontes de desperdício, erros na cadeia produtiva e agir antes dos prejuízos de uma seca, por exemplo. As agtechs também trabalham por soluções sustentáveis, já que, com toda essa digitalização, é possível produzir mais sem aumentar a área e com menos impacto ambiental.
Qual é o potencial das agtechs no Brasil?
Devido às proporções do agronegócio brasileiro, há muito espaço e possibilidades para o trabalho das agtechs. Por ser uma tendência global, esse tipo de negócio tem conquistado os fundos de investimento e a credibilidade do mercado.
O ritmo de crescimento e aceitação ainda não é o mesmo, se comparado aos países em que essa inovação chegou antes. Mesmo assim, o Brasil tem se destacado no setor, mostrando seu potencial inventivo e se adequando a essa transformação.
O interior paulista, por exemplo, tem conquistado excelentes resultados em pesquisas agrárias, graças à união de forças de parcerias públicas e privadas. De acordo com o Censo AgTech Startups Brasil, levantamento feito pela AgTech Garage junto à ESALQ-USP, 46% das agtechs brasileiras estão no estado de São Paulo.
Se hoje temos um ecossistema consistente para o desenvolvimento de agtechs, com os investimentos adequados, podemos nos tornar referência em inovação nessa área.
Quais são as áreas de atuação das agtechs?
Para além do monitoramento de plantações, soluções sustentáveis e melhora na qualidade das safras, as agtechs atuam em outros pontos da linha de produção.
Com processos totalmente digitais, automatizados e inovadores, já é possível administrar um negócio rural da plantação ao transporte, assim como a logística e as finanças.
Alguns exemplos de atuação são:
- Biotecnologia – análise genética para criação de melhores sementes, desenvolvimento de biofertilizantes e controle e manejo de pragas
- Robotização – uso de máquinas que não precisam ser operadas por pessoas
- Programação – criação de softwares de monitoramento e análise de dados
- Vendas online – produtores rurais podem fazer transações via marketplace
- Segurança – rastreabilidade via satélite e transações financeiras via aplicativos
Qual é a relação entre o Pulse Hub e as agtech?
O hub de inovação da Raízen é cada vez mais reconhecido por conectar startups de diversos segmentos aos desafios e oportunidades da Raízen. O agronegócio, por exemplo, é um dos setores energizados pelo Pulse.
Com mais de 800 startups em sua base, o Pulse é parceiro de grandes players e projetos de inovação, como o Agro IoT Lab, parceria entre Vivo, EsalqTec (incubadora da Esalq), Ericasson e a Raízen, que leva conectividade ao campo.
O Pulse conta com diversos cases de sucesso em soluções voltadas para o agronegócio, focadas em produção, qualidade e sustentabilidade. Conheça alguns dos cases das agtechs parceiras do hub:
- ARPAC: por meio de pulverização e imageamento por drone, gera economia em insumos e em toda a operação agrícola.
- Brain.ag: ao levantar dados públicos, monitora e identifica riscos financeiros e socioambientais de produtores agrícolas. Dessa forma, diminui em 95% o tempo de consulta a documentações.
- Perfect Flight: com um software de controle e gestão aérea de aplicação de insumos, acompanha campos e lavouras agindo com viés sustentável e garantindo o controle de qualidade.
Para saber mais sobre o trabalho do Pulse, startups parceiras e como eles estão redefinindo o futuro do agronegócio com tecnologia, clique aqui.
Como investir em agtech?
Com o cenário das agtechs se mostrando cada vez mais promissor, os investimentos chegam de formas variadas. Por se tratarem de startups, essas empresas costumam realizar as conhecidas rodadas de investimentos em busca de sócios, apoiadores e investidores.
Gestoras de capital de risco também têm enxergado o potencial das agtechs. Notícias recentes mostram a criação de um fundo de R$ 300 milhões para investimento nesse tipo de negócio na América Latina. A responsável é a SP Ventures, fundo de investimento parceiro do Pulse, que pretende participar da inovação na produção de alimentos no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e México.
Outra forma de investir é de maneira colaborativa. Muitos negócios decolam com a união de quem entende de capital de risco com quem domina o campo e o agronegócio, somados, claro, aos investidores. Para as empresas que estão começando, contar com a compreensão de mercado de quem já tem credibilidade na área é fundamental para a sobrevivência do negócio. Conhecer as pessoas certas e compartilhar conhecimento pode ser o diferencial para o futuro das agtechs.
Agtech: panorama atual e cenários para o futuro
De acordo com a Apex Brasil, em 2019 o Brasil contava com 1.124 agtechs, passando a 1.574 em 2021, mesmo em cenário de pandemia. Na contramão das dificuldades econômicas enfrentadas pelos diversos setores, as agtechs chegaram a receber investimentos de cerca de US$ 70 milhões em 2020.
Isso mostra não somente o potencial de crescimento interno dessa modalidade de negócio, mas o interesse externo de investir nas startups do agronegócio brasileiras. Isso porque, no ramo da tecnologia, obstáculos iniciais comuns para outros tipos de empresa podem ser vencidos quando o objetivo comum é a inovação.
Uma empresa têxtil, por exemplo, pode ter resistência para entrar no mercado internacional porque pode não ser tão conhecida fora do Brasil. Mas, tratando-se da oferta de tecnologia e criação de soluções para o agronegócio, essas barreiras podem ser superadas com mais facilidade. Neste momento, empresas nacionais e internacionais seguem com focos similares: a busca por melhores práticas e alta produtividade.